Taxa de juros: conheça as principais e saiba como funcionam 

9 ago 2024
13min de leitura

A taxa de juros é definida como o valor cobrado sobre o dinheiro emprestado, ou até como o rendimento associado a um investimento. Ela é expressa como um valor percentual (%) e pode ser calculada de diferentes maneiras, pois possui diversas aplicações. 

Fato é que a taxa de juros está muito presente no nosso dia a dia: em operações de crédito, na fatura do cartão, no financiamento de um imóvel ou veículo. Afinal, boa parte das relações financeiras se dá por meio de empréstimo de dinheiro. 

E nas transações financeiras em que há um tomador, que paga a mais para ter esse crédito, e um credor, que recebe essa quantia a mais por ter o valor emprestado, é onde encontramos a taxa de juros. 

De forma simples, é como “alugar” uma quantia de dinheiro, ou seja, você paga um valor ao credor para poder usar aquele recurso que é dele, mas que ele não está usando no momento. 

O que é a taxa de juros? 

Taxa de juros é o valor do dinheiro no tempo, expresso em porcentagem.  Ele sempre estará associado a dois fatores: o montante e o período. Ou seja, uma porcentagem é aplicada sobre o recurso emprestado durante todo tempo da operação. 

A taxa de juros pode ser calculada em cima do dinheiro emprestado inicialmente ou até sobre o valor acumulado (montante inicial + juros anteriores) e tem relação direta com alguns fatores, como risco de inadimplência, inflação, política monetária e até qual o tipo de juros da operação. 

Isso ocorre em empréstimos, financiamentos, investimentos — as relações que envolvem tomar/ conceder crédito podem cobrar taxa de juros. Por isso, é muito importante ficar atento a como a taxa funciona, como é calculada e qual o tipo de cobrança feita, tanto para evitar dores de cabeça, no caso de empréstimos, quanto para ter mais rendimentos nas suas aplicações! 

Como funcionam as taxas de juros? 

Para entender melhor o funcionamento da taxa de juros, considere o exemplo a seguir: 

José gostaria muito de viajar, porém não tem a quantia necessária para isso. Portanto, fez um empréstimo de R$1.200, que deverá ser pago em 3 parcelas mensais. Se não houvesse nenhuma taxa de juros sobre esse valor, ele pagaria mensalmente R$400. 

Mas o banco em que ele tomou o crédito cobra uma taxa de juros compostos de 5% a.m., então vamos calcular o valor de cada parcela a seguir. 

Analisando todas as informações: 

  • R$1.200 é o montante inicial, ou seja, o valor do empréstimo; 
  • 5% é a taxa de juros, 
  • 3 é o número de parcelas que José quer assumir, ou seja, o período. 

Na primeira parcela, incidirá a taxa de 5%, ou seja, 1.200 x 0,05 = 60 reais. Assim, José pagará no primeiro mês R$400 + R$60 de juros = R$460. 

No segundo mês, a taxa será calculada em cima do montante + juros do mês anterior: (1.200 + 60) x 0,05 = 63 reais. A segunda parcela, portanto, será R$400 + R$63 de juros = R$463. 

Para a última parcela, o raciocínio é o mesmo: (1.200 + 60 + 63) x 0,05 = 66,15 reais. No terceiro mês, José pagará R$400 + R$66,15 de juros = 466,15. 

Totalizando R$1.389,15. 

Lembrando que este é apenas um exemplo para ilustrar o impacto dos juros nas relações financeiras. Cada instituição utiliza diferentes tipos de taxa de juros, além de ter uma forma específica de calculá-la. 

Por essa razão, é fundamental que você faça uma boa pesquisa antes de optar por uma proposta de empréstimo, pois as taxas de juros podem variar bastante de uma entidade financeira para outra e até entre modalidades de crédito de um mesmo credor. 

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Quais são os fatores que influenciam a taxa de juros? 

Por estar presente na maior parte das relações financeiras, a taxa de juros influencia diretamente a economia, mas também é bastante impactada por ela. Tudo começa com uma taxa base de juros, e cada país tem a sua própria. No Brasil, ela é conhecida como Taxa Selic e é definida pelo Banco Central a cada 45 dias.  

A Selic serve como um parâmetro para o cálculo das taxas de juros que conhecemos em nosso dia a dia e, indo mais além, é ela quem baliza tudo que está relacionado ao custo do crédito, principalmente a inflação. 

Num cenário geral, na baixa da Selic, os juros praticados pelas instituições financeiras tendem a cair também, o que pode aquecer a economia e colaborar para o aumento da inflação, pois as pessoas se sentem mais estimuladas a realizar transações, pedir empréstimos, fazer financiamentos etc. 

O contrário também ocorre: na alta da Selic, as taxas de juros também aumentam, o que pode desestimular o consumo e ajudar a reduzir a pressão inflacionária, já que há menos dinheiro circulando no país. Ou seja, as taxas de juros estão diretamente ligadas à movimentação do consumo e, consequentemente, da economia.  

Além disso, outros fatores podem colaborar para o crescimento ou queda das taxas de juros, ainda mais quando consideramos os investimentos. São eles: 

  • cenário internacional: mudanças na política internacional, guerras, pandemias e outros eventos globais relevantes; 
  • atividade econômica: recessões podem fazer com que as taxas caiam para estimular a economia; 
  • concentração bancária: a oferta e a demanda de crédito podem impactar nas oscilações das taxas, 
  • riscos: confiar que o crédito será pago integralmente pode diminuir as taxas de juros. O home equity, por exemplo, possui taxas de juros até 12x mais baixas do que outras modalidades de crédito, justamente por ter um bem dado em garantia. 

Quais são os principais tipos de juros? 

Após compreender melhor o que impacta a taxa de juros, agora é fundamental conhecer os seus tipos. Com isso, você consegue escolher o melhor empréstimo ou financiamento para o seu caso.  

Existem diversos tipos de taxas de juros no mercado, cada um com uma aplicação diferente, a depender da instituição, do produto financeiro e até do relacionamento entre o credor e o tomador. Podem ser classificados de acordo com: 

  • Forma de calcular: aqui, encontram-se os juros simples e os compostos. A diferença entre eles é onde incide a taxa, se no valor inicial somente ou no montante junto com os juros anteriores. 
  • Rendimento: podemos encontrar os juros nominais e os reais aqui. Enquanto o primeiro não conta com os descontos de taxas e impostos, o segundo é o valor já com o desconto, ou seja, o valor real pelo crédito concedido.  
  • Finalidade: entram nessa categoria os juros de mora e os juros rotativos, com finalidades específicas, mas ambos aplicados em cima de dívidas e atrasos de pagamento.  
  • Presença de indexadores: os juros prefixados, pós-fixados e híbridos fazem parte dessa classificação. A distinção é vista pelo momento em que a taxa de juros é calculada: na contratação ou durante o pagamento da dívida, atrelada a indicadores de mercado. 

Os principais tipos de juros são: 

Juros simples 

É calculado sempre em cima do montante inicial, ou seja, o tomador pagará a mesma taxa de juros ao longo da dívida, porque a base é a mesma. Isso traz mais previsibilidade nos pagamentos, que serão constantes até a quitação. Confira o exemplo: 

Em um empréstimo de R$10 mil com juros simples de 0,3% ao mês, você pagará R$30 de juros mensais. Se essa dívida for quitada em 12 meses, ela resultará em um valor final de: R$10 mil + (R$30 x 12) = R$10.360, mas se ela for quitada em 24 meses, o valor final será: R$10 mil + (R$30 x 24) = R$10.720. 

Juros compostos 

É calculado em cima do montante inicial + acúmulo de juros anteriores; é conhecido como “juros sobre juros”. Assim, quanto maior o tempo de pagamento da dívida, maior também o impacto dos juros no valor final. 

Diferente do anterior, os juros compostos levam o tempo em consideração no seu cálculo, como explica a fórmula abaixo: 

Valor futuro = valor inicial x (1 + taxa de juros) ^ tempo 

Apesar da fórmula, você não precisa fazer as contas sempre que se deparar com esse cenário. Para isso, utilize a calculadora de juros compostos da CashMe. 

Esse tipo de taxa de juros é o mais utilizado nos serviços de crédito e em investimentos. Por um lado, caso precise de crédito, é importante ficar atento para que os juros não se transformem em uma bola de neve, dificultando o pagamento; por outro lado, caso tenha aplicações financeiras, os juros compostos aumentam significativamente os rendimentos, quando comparados aos juros simples. 

Juros nominal 

A taxa de juros nominal é o rendimento das suas aplicações financeiras sem descontar impostos, como o IR, por exemplo, taxas (administração, custódia, entre outras) e inflação. Na prática, é o valor bruto dos ganhos dos investimentos. Também é conhecida como a “taxa aparente”, pois é ela a taxa declarada nas operações financeiras. 

Juros real 

Já a taxa de juros real é onde são aplicados todos os descontos pós-investimento. Por isso, é por meio dela que você pode saber quanto sua aplicação realmente rendeu, já considerando todas as variáveis que impactam o crédito, como a inflação e, por consequência, o poder de compra. 

Juros de mora 

Quando você atrasa o pagamento de uma dívida, seja de crédito pessoal ou até de financiamento, são aplicados os juros de mora, ou juros moratórios. Eles estão sempre associados à inadimplência: são proporcionais à parcela que se deve e, por isso, cobrados somente sobre ela. 

Isso significa que os juros de mora aumentam conforme o tempo. Por isso, fique atento à quitação das parcelas em dia, pois, ainda que os juros pareçam baixos (chegam, no máximo, a 1% a.m., por decisão do Governo), podem ter um impacto negativo no planejamento financeiro. 

Juros rotativo 

Relacionado também à atraso e inadimplência, os juros rotativos incidem sobre dívidas não pagas integralmente até a data do vencimento. A fatura do cartão de crédito e o cheque especial são exemplos de onde essa taxa é aplicada. 

Mesmo que a instituição financeira receba uma fração da dívida, ela ainda pode aplicar a taxa de juros rotativo sobre a quantia restante. Isso pode aumentar o valor do débito em aberto muito rápido! Por isso, procure organizar as contas para priorizar esse tipo de pagamento. 

Agora, com relação a presença ou não de indicadores, temos outros tipos de taxas de juros. É importante lembrar que essas classificações podem ser combinadas entre si: há juros compostos prefixados, juros nominais e reais que são híbridos também, e assim por diante. 

Juros prefixados 

Relacionado ao momento em que a taxa é calculada, temos aqui os juros prefixados, que são definidos no momento da contratação do produto financeiro, seja um empréstimo, financiamento e até para aplicações. Por ser definida previamente e ser constante durante todo o período de pagamento, você saberá o valor das parcelas do início ao fim, o que pode dar mais segurança. 

Juros pós-fixado 

Já a taxa de juros pós-fixada é variável e está atrelada a índices econômicos, como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o indicador da inflação), a Taxa Selic, CDI (Certificado de Depósitos Interbancários, que mede a taxa de juros entre bancos) e outros. 

Nesse caso, ainda que você saiba qual é o indicador que baliza a taxa, não é possível saber qual será o rendimento das suas aplicações ou, no caso de empréstimos, as parcelas podem variar conforme o tempo, mesmo que sejam mais baratas inicialmente. Isso porque os juros vão depender do desempenho do índice atrelado. 

Juros híbridos 

Por fim, a taxa híbrida possui características dos juros pré e pós-fixados, ou seja, uma parte está atrelada a índices e a outra já é conhecida no momento da contratação. Isso acontece com alguns investimentos, como o Tesouro IPCA+, aplicação de renda fixa atrelada à inflação. 

Como a taxa de juros é calculada? 

Como já vimos, há diversas taxas de juros no mercado. Assim sendo, não existe uma fórmula única para calcular exatamente esse percentual ou o impacto dele nas transações de crédito. Isso porque, além dos tipos de juros, também há fatores que podem influenciar na taxa; um deles está relacionado com o perfil do tomador do crédito. Veja o que a instituição pode analisar: 

  • renda; 
  • score de crédito; 
  • status do CPF, dívidas e negociações; 
  • crédito e investimentos em andamento, 
  • histórico de inadimplência. 

Tudo isso ajuda a definir o risco envolvido na transação. Quanto mais arriscada, maior será a taxa; quanto menor o risco (e, por consequência, maior chance de quitação da dívida), a tendência é que a taxa fique menor também. Claro, outros fatores externos e até a política da própria entidade também vão ajudar no cálculo da taxa de juros. 

Por que comparar taxas de juros entre instituições? 

Comparar as taxas de juros entre as instituições e até mesmo entre produtos de uma mesma instituição é fundamental para tomar decisões mais seguras e que tenham a ver com o seu perfil. No entanto, lembre-se de que existem outras taxas (como impostos, taxas administrativas e tarifas) que também compõem o custo do crédito tomado, o chamado custo efetivo total. 

Ao fazer essa comparação, você poderá analisar não apenas qual percentual é maior ou menor, mas o tipo de juros que incide nas parcelas, a forma de amortização da dívida e a evolução dos juros no saldo devedor conforme duração do prazo de pagamento. 

Para investimentos, é por meio dessa análise que você poderá entender qual aplicação renderá mais e estará de acordo com o seu perfil de investidor, para que você faça a escolha mais adequada para o seu momento e objetivos. 

Veja algumas formas de comparar propostas: 

  • Simulações: são um norte para entender melhor o impacto dos juros e do custo efetivo total no crédito. Aqui na CashMe, temos o simulador de crédito, um recurso simples e prático para você conferir as condições do seu empréstimo. 
  • Pesquisa cuidadosa: as operações de crédito normalmente contam com outras taxas, requisitos para elegibilidade e até diferentes processos de aprovação de crédito e personalização de contratos que podem impactar na escolha. 
  • Se for preciso, conte com o apoio de especialistas. Aqui na CashMe, temos uma equipe especialmente dedicada para te ajudar a tomar decisões que combinem melhor com o seu momento e suas necessidades 

Caso já tenha um empréstimo ou financiamento em andamento e queira melhorar as condições de pagamento, você pode levar a dívida para outra instituição e conseguir um valor extra para um fôlego nas contas, se preferir . 

Conclusão 

A taxa de juros é o dinheiro pago além do saldo devedor e a rentabilidade de um investimento. É como um “aluguel”, recebido por emprestar/investir seu dinheiro com instituições financeiras, ou como o aluguel pago a uma pessoa que permitiu que você utilizasse o dinheiro dela. 

Agora que você já conhece sobre as taxas de juros, como elas funcionam e como impactam investimentos, empréstimos e financiamentos imobiliários, você pode tomar decisões mais seguras e assertivas. 

Se você ainda quer saber mais sobre outros assuntos relacionados à taxa de juros, acesse o blog da CashMe. E para impulsionar seus sonhos e tirar todos os seus planos do papel, conte com a gente: condições de pagamento e taxas favoráveis, tudo de acordo com as suas necessidades. Conheça mais! 

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