A taxa de juros é definida como o valor cobrado sobre o dinheiro emprestado, ou até como o rendimento associado a um investimento. Ela é expressa como um valor percentual (%) e pode ser calculada de diferentes maneiras, pois possui diversas aplicações.
Fato é que a taxa de juros está muito presente no nosso dia a dia: em operações de crédito, na fatura do cartão, no financiamento de um imóvel ou veículo. Afinal, boa parte das relações financeiras se dá por meio de empréstimo de dinheiro.
E nas transações financeiras em que há um tomador, que paga a mais para ter esse crédito, e um credor, que recebe essa quantia a mais por ter o valor emprestado, é onde encontramos a taxa de juros.
De forma simples, é como “alugar” uma quantia de dinheiro, ou seja, você paga um valor ao credor para poder usar aquele recurso que é dele, mas que ele não está usando no momento.
O que é a taxa de juros?
Taxa de juros é o valor do dinheiro no tempo, expresso em porcentagem. Ele sempre estará associado a dois fatores: o montante e o período. Ou seja, uma porcentagem é aplicada sobre o recurso emprestado durante todo tempo da operação.
A taxa de juros pode ser calculada em cima do dinheiro emprestado inicialmente ou até sobre o valor acumulado (montante inicial + juros anteriores) e tem relação direta com alguns fatores, como risco de inadimplência, inflação, política monetária e até qual o tipo de juros da operação.
Isso ocorre em empréstimos, financiamentos, investimentos — as relações que envolvem tomar/ conceder crédito podem cobrar taxa de juros. Por isso, é muito importante ficar atento a como a taxa funciona, como é calculada e qual o tipo de cobrança feita, tanto para evitar dores de cabeça, no caso de empréstimos, quanto para ter mais rendimentos nas suas aplicações!
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Como funcionam as taxas de juros?
Para entender melhor o funcionamento da taxa de juros, considere o exemplo a seguir:
José gostaria muito de viajar, porém não tem a quantia necessária para isso. Portanto, fez um empréstimo de R$1.200, que deverá ser pago em 3 parcelas mensais. Se não houvesse nenhuma taxa de juros sobre esse valor, ele pagaria mensalmente R$400.
Mas o banco em que ele tomou o crédito cobra uma taxa de juros compostos de 5% a.m., então vamos calcular o valor de cada parcela a seguir.
Analisando todas as informações:
- R$1.200 é o montante inicial, ou seja, o valor do empréstimo;
- 5% é a taxa de juros,
- 3 é o número de parcelas que José quer assumir, ou seja, o período.
Na primeira parcela, incidirá a taxa de 5%, ou seja, 1.200 x 0,05 = 60 reais. Assim, José pagará no primeiro mês R$400 + R$60 de juros = R$460.
No segundo mês, a taxa será calculada em cima do montante + juros do mês anterior: (1.200 + 60) x 0,05 = 63 reais. A segunda parcela, portanto, será R$400 + R$63 de juros = R$463.
Para a última parcela, o raciocínio é o mesmo: (1.200 + 60 + 63) x 0,05 = 66,15 reais. No terceiro mês, José pagará R$400 + R$66,15 de juros = 466,15.
Totalizando R$1.389,15.
Lembrando que este é apenas um exemplo para ilustrar o impacto dos juros nas relações financeiras. Cada instituição utiliza diferentes tipos de taxa de juros, além de ter uma forma específica de calculá-la.
Por essa razão, é fundamental que você faça uma boa pesquisa antes de optar por uma proposta de empréstimo, pois as taxas de juros podem variar bastante de uma entidade financeira para outra e até entre modalidades de crédito de um mesmo credor.
Quais são os fatores que influenciam a taxa de juros?
Por estar presente na maior parte das relações financeiras, a taxa de juros influencia diretamente a economia, mas também é bastante impactada por ela. Tudo começa com uma taxa base de juros, e cada país tem a sua própria. No Brasil, ela é conhecida como Taxa Selic e é definida pelo Banco Central a cada 45 dias.
A Selic serve como um parâmetro para o cálculo das taxas de juros que conhecemos em nosso dia a dia e, indo mais além, é ela quem baliza tudo que está relacionado ao custo do crédito, principalmente a inflação.
Num cenário geral, na baixa da Selic, os juros praticados pelas instituições financeiras tendem a cair também, o que pode aquecer a economia e colaborar para o aumento da inflação, pois as pessoas se sentem mais estimuladas a realizar transações, pedir empréstimos, fazer financiamentos etc.
O contrário também ocorre: na alta da Selic, as taxas de juros também aumentam, o que pode desestimular o consumo e ajudar a reduzir a pressão inflacionária, já que há menos dinheiro circulando no país. Ou seja, as taxas de juros estão diretamente ligadas à movimentação do consumo e, consequentemente, da economia.
Além disso, outros fatores podem colaborar para o crescimento ou queda das taxas de juros, ainda mais quando consideramos os investimentos. São eles:
- cenário internacional: mudanças na política internacional, guerras, pandemias e outros eventos globais relevantes;
- atividade econômica: recessões podem fazer com que as taxas caiam para estimular a economia;
- concentração bancária: a oferta e a demanda de crédito podem impactar nas oscilações das taxas,
- riscos: confiar que o crédito será pago integralmente pode diminuir as taxas de juros. O home equity, por exemplo, possui taxas de juros até 12x mais baixas do que outras modalidades de crédito, justamente por ter um bem dado em garantia.
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Quais são os principais tipos de juros?
Após compreender melhor o que impacta a taxa de juros, agora é fundamental conhecer os seus tipos. Com isso, você consegue escolher o melhor empréstimo ou financiamento para o seu caso.
Existem diversos tipos de taxas de juros no mercado, cada um com uma aplicação diferente, a depender da instituição, do produto financeiro e até do relacionamento entre o credor e o tomador. Podem ser classificados de acordo com:
- Forma de calcular: aqui, encontram-se os juros simples e os compostos. A diferença entre eles é onde incide a taxa, se no valor inicial somente ou no montante junto com os juros anteriores.
- Rendimento: podemos encontrar os juros nominais e os reais aqui. Enquanto o primeiro não conta com os descontos de taxas e impostos, o segundo é o valor já com o desconto, ou seja, o valor real pelo crédito concedido.
- Finalidade: entram nessa categoria os juros de mora e os juros rotativos, com finalidades específicas, mas ambos aplicados em cima de dívidas e atrasos de pagamento.
- Presença de indexadores: os juros prefixados, pós-fixados e híbridos fazem parte dessa classificação. A distinção é vista pelo momento em que a taxa de juros é calculada: na contratação ou durante o pagamento da dívida, atrelada a indicadores de mercado.
Os principais tipos de juros são:
Juros simples
É calculado sempre em cima do montante inicial, ou seja, o tomador pagará a mesma taxa de juros ao longo da dívida, porque a base é a mesma. Isso traz mais previsibilidade nos pagamentos, que serão constantes até a quitação. Confira o exemplo:
Em um empréstimo de R$10 mil com juros simples de 0,3% ao mês, você pagará R$30 de juros mensais. Se essa dívida for quitada em 12 meses, ela resultará em um valor final de: R$10 mil + (R$30 x 12) = R$10.360, mas se ela for quitada em 24 meses, o valor final será: R$10 mil + (R$30 x 24) = R$10.720.
Juros compostos
É calculado em cima do montante inicial + acúmulo de juros anteriores; é conhecido como “juros sobre juros”. Assim, quanto maior o tempo de pagamento da dívida, maior também o impacto dos juros no valor final.
Diferente do anterior, os juros compostos levam o tempo em consideração no seu cálculo, como explica a fórmula abaixo:
Valor futuro = valor inicial x (1 + taxa de juros) ^ tempo
Apesar da fórmula, você não precisa fazer as contas sempre que se deparar com esse cenário. Para isso, utilize a calculadora de juros compostos da CashMe.
Esse tipo de taxa de juros é o mais utilizado nos serviços de crédito e em investimentos. Por um lado, caso precise de crédito, é importante ficar atento para que os juros não se transformem em uma bola de neve, dificultando o pagamento; por outro lado, caso tenha aplicações financeiras, os juros compostos aumentam significativamente os rendimentos, quando comparados aos juros simples.
Juros nominal
A taxa de juros nominal é o rendimento das suas aplicações financeiras sem descontar impostos, como o IR, por exemplo, taxas (administração, custódia, entre outras) e inflação. Na prática, é o valor bruto dos ganhos dos investimentos. Também é conhecida como a “taxa aparente”, pois é ela a taxa declarada nas operações financeiras.
Juros real
Já a taxa de juros real é onde são aplicados todos os descontos pós-investimento. Por isso, é por meio dela que você pode saber quanto sua aplicação realmente rendeu, já considerando todas as variáveis que impactam o crédito, como a inflação e, por consequência, o poder de compra.
Juros de mora
Quando você atrasa o pagamento de uma dívida, seja de crédito pessoal ou até de financiamento, são aplicados os juros de mora, ou juros moratórios. Eles estão sempre associados à inadimplência: são proporcionais à parcela que se deve e, por isso, cobrados somente sobre ela.
Isso significa que os juros de mora aumentam conforme o tempo. Por isso, fique atento à quitação das parcelas em dia, pois, ainda que os juros pareçam baixos (chegam, no máximo, a 1% a.m., por decisão do Governo), podem ter um impacto negativo no planejamento financeiro.
Juros rotativo
Relacionado também à atraso e inadimplência, os juros rotativos incidem sobre dívidas não pagas integralmente até a data do vencimento. A fatura do cartão de crédito e o cheque especial são exemplos de onde essa taxa é aplicada.
Mesmo que a instituição financeira receba uma fração da dívida, ela ainda pode aplicar a taxa de juros rotativo sobre a quantia restante. Isso pode aumentar o valor do débito em aberto muito rápido! Por isso, procure organizar as contas para priorizar esse tipo de pagamento.
Agora, com relação a presença ou não de indicadores, temos outros tipos de taxas de juros. É importante lembrar que essas classificações podem ser combinadas entre si: há juros compostos prefixados, juros nominais e reais que são híbridos também, e assim por diante.
Juros prefixados
Relacionado ao momento em que a taxa é calculada, temos aqui os juros prefixados, que são definidos no momento da contratação do produto financeiro, seja um empréstimo, financiamento e até para aplicações. Por ser definida previamente e ser constante durante todo o período de pagamento, você saberá o valor das parcelas do início ao fim, o que pode dar mais segurança.
Juros pós-fixado
Já a taxa de juros pós-fixada é variável e está atrelada a índices econômicos, como IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o indicador da inflação), a Taxa Selic, CDI (Certificado de Depósitos Interbancários, que mede a taxa de juros entre bancos) e outros.
Nesse caso, ainda que você saiba qual é o indicador que baliza a taxa, não é possível saber qual será o rendimento das suas aplicações ou, no caso de empréstimos, as parcelas podem variar conforme o tempo, mesmo que sejam mais baratas inicialmente. Isso porque os juros vão depender do desempenho do índice atrelado.
Juros híbridos
Por fim, a taxa híbrida possui características dos juros pré e pós-fixados, ou seja, uma parte está atrelada a índices e a outra já é conhecida no momento da contratação. Isso acontece com alguns investimentos, como o Tesouro IPCA+, aplicação de renda fixa atrelada à inflação.
Como a taxa de juros é calculada?
Como já vimos, há diversas taxas de juros no mercado. Assim sendo, não existe uma fórmula única para calcular exatamente esse percentual ou o impacto dele nas transações de crédito. Isso porque, além dos tipos de juros, também há fatores que podem influenciar na taxa; um deles está relacionado com o perfil do tomador do crédito. Veja o que a instituição pode analisar:
- renda;
- score de crédito;
- status do CPF, dívidas e negociações;
- crédito e investimentos em andamento,
- histórico de inadimplência.
Tudo isso ajuda a definir o risco envolvido na transação. Quanto mais arriscada, maior será a taxa; quanto menor o risco (e, por consequência, maior chance de quitação da dívida), a tendência é que a taxa fique menor também. Claro, outros fatores externos e até a política da própria entidade também vão ajudar no cálculo da taxa de juros.
Por que comparar taxas de juros entre instituições?
Comparar as taxas de juros entre as instituições e até mesmo entre produtos de uma mesma instituição é fundamental para tomar decisões mais seguras e que tenham a ver com o seu perfil. No entanto, lembre-se de que existem outras taxas (como impostos, taxas administrativas e tarifas) que também compõem o custo do crédito tomado, o chamado custo efetivo total.
Ao fazer essa comparação, você poderá analisar não apenas qual percentual é maior ou menor, mas o tipo de juros que incide nas parcelas, a forma de amortização da dívida e a evolução dos juros no saldo devedor conforme duração do prazo de pagamento.
Para investimentos, é por meio dessa análise que você poderá entender qual aplicação renderá mais e estará de acordo com o seu perfil de investidor, para que você faça a escolha mais adequada para o seu momento e objetivos.
Veja algumas formas de comparar propostas:
- Simulações: são um norte para entender melhor o impacto dos juros e do custo efetivo total no crédito. Aqui na CashMe, temos o simulador de crédito, um recurso simples e prático para você conferir as condições do seu empréstimo.
- Pesquisa cuidadosa: as operações de crédito normalmente contam com outras taxas, requisitos para elegibilidade e até diferentes processos de aprovação de crédito e personalização de contratos que podem impactar na escolha.
- Se for preciso, conte com o apoio de especialistas. Aqui na CashMe, temos uma equipe especialmente dedicada para te ajudar a tomar decisões que combinem melhor com o seu momento e suas necessidades
Caso já tenha um empréstimo ou financiamento em andamento e queira melhorar as condições de pagamento, você pode levar a dívida para outra instituição e conseguir um valor extra para um fôlego nas contas, se preferir .
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Conclusão
A taxa de juros é o dinheiro pago além do saldo devedor e a rentabilidade de um investimento. É como um “aluguel”, recebido por emprestar/investir seu dinheiro com instituições financeiras, ou como o aluguel pago a uma pessoa que permitiu que você utilizasse o dinheiro dela.
Agora que você já conhece sobre as taxas de juros, como elas funcionam e como impactam investimentos, empréstimos e financiamentos imobiliários, você pode tomar decisões mais seguras e assertivas.
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