Saiba como funciona o crédito rotativo

Crédito rotativo: o que é e como funciona?

19 mar 2024
12min de leitura

Você sabia que seu cartão de crédito possui uma espécie de empréstimo pré-aprovado? Ele é conhecido como crédito rotativo, está disponível para todos os titulares de cartão de crédito e está entre os empréstimos mais caros do mercado. Se não for utilizado da forma certa, pode virar uma das dívidas mais difíceis de pagar. 

O cartão de crédito é uma ferramenta muito útil para cobrir imprevistos ou necessidades, já que há a possibilidade de adiar ou parcelar o pagamento das compras. Porém, a partir do momento em que você decide pagar o valor mínimo ou parcelar sua fatura, o vilão do crédito rotativo aparece. 

A boa notícia é que é possível evitá-lo com um uso consciente, e isso começa pelo entendimento do que é crédito rotativo. Neste texto, você descobre como ele funciona, quando pode ser cobrado e como fazer para fugir dele. Confira! 

O que é crédito rotativo? 

O crédito rotativo é uma espécie de empréstimo pré-aprovado usado para complementar o pagamento da fatura do cartão de crédito. 

Funciona assim: quando uma pessoa paga o valor mínimo ou menor do que o total, a diferença é somada à fatura seguinte. Assim, são cobrados juros sobre o valor aberto que o cliente não conseguiu quitar. 

Apesar de parecer um benefício, os juros do crédito rotativo estão entre os mais altos do mercado, podendo chegar a 1.089,37% ao ano, de acordo com dados extraídos pelo Banco Central entre 27 de fevereiro a 04 de março de 2024. 

Existem, ainda, dois tipos de crédito rotativo: o regular e o não-regular. 

Crédito rotativo regular 

O crédito rotativo regular é usado quando o cliente paga, pelo menos, o valor mínimo da fatura. Essa quantia é estabelecida pela credora do cartão de crédito e informada na própria fatura. 

A diferença entre o valor pago e o total será adicionada à fatura do mês seguinte, com correção de juros. 

Crédito rotativo não-regular 

O crédito rotativo não-regular é acionado quando o cliente não paga nem o valor mínimo da fatura. Nesse caso, as taxas de juros são ainda mais altas em relação ao crédito rotativo regular. 

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Como o crédito rotativo funciona? 

Vamos analisar um caso hipotético de como o crédito rotativo funciona. Imagine o seguinte cenário: 

Valor total da faturaR$ 1 mil
MêsJulho
Pagamento mínimo indicado na própria faturaR$ 200

Neste mês, o cliente não conseguiu fazer o pagamento do valor total. Por isso, pagou o valor de R$ 500, que está acima do mínimo, mas abaixo do valor total da fatura daquele mês. Dessa forma, seu pagamento ficou assim: 

Valor total da faturaR$ 1 mil
Pagamento realizado no dia do vencimentoR$ 500
Saldo devedor (que vai para o crédito rotativo)R$ 500

Assim, o saldo devedor somado aos juros do crédito rotativo será adicionado ao valor do pagamento mínimo da fatura de agosto. Fica desse jeito: 

Valor da faturaR$ 1 mil
MêsAgosto 
Saldo devedor de junhoR$ 500
Exemplo de taxa de juros do crédito rotativo13,43%
Saldo devedor com correção de jurosR$ 567,15
Pagamento mínimo indicado na própria faturaR$ 767,15
(R$ 200 + R$ 567,15)
Valor final da faturaR$ 1.567,15
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O que são juros rotativos do cartão de crédito? 

As taxas de juros normalmente refletem os riscos de inadimplência por parte do consumidor. Quanto maior o risco, maiores as taxas de juros. 

Os juros do crédito rotativo costumam ser altos por conta da elevada taxa de inadimplência. Devido à dificuldade no pagamento da fatura do cartão de crédito, as instituições financeiras entendem que o risco é muito alto. 

Diante desses motivos, o crédito rotativo é algo que deve ser evitado. Ele só é recomendado em casos de emergência e como uma solução a curtíssimo prazo. 

Fazer o pagamento mínimo da fatura não é uma atitude saudável financeiramente. Mesmo que o valor seja repassado para o mês seguinte, os juros cobrados no saldo devedor podem criar uma dívida alta. 

Há um limite nos juros do crédito rotativo?

A partir de janeiro de 2024, o governo federal estipulou um teto de até 100% do valor da dívida para os juros do crédito rotativo. Ou seja, se você possui uma dívida de R$ 1 mil no cartão de crédito, os juros são acrescidos nos meses seguintes até atingir um teto de também R$ 1 mil, totalizando uma dívida de até R$ 2 mil.

Exemplo dos juros rotativos do cartão de crédito

Os juros no rotativo são calculados com base no valor que deixou de ser pago na fatura anterior.

Como dissemos, a partir de janeiro de 2024, os juros cobrados não podem ultrapassar 100% da dívida original.

Como exemplo, vamos imaginar uma dívida de R$ 1 mil e aplicar a taxa de juros mensal mais alta que consta no relatório do Banco Central: 22,92%. Essa dívida ficará assim:1000

Valor inicial da dívidaR$ 1 mil
Taxa de juros22,92%
Valor da dívida após um mêsR$ 1.229,20

Na prática, é muito fácil entrar em uma bola de neve. Se necessário, opte pelo parcelamento da fatura. Assim, é possível escapar desse tipo de dívida e manter o controle das finanças.

Confira as cinco instituições que cobram as taxas de juros rotativos mais baratas e as mais caras, segundo dados de março de 2024 do Banco Central:

Instituição que cobra as taxas mais baratasJuros rotativos mensaisJuros rotativos anuais
Banco Andbank1,53%20,03%
Banco Stellantis2,58%35,74%
Banco Bari3,03%43,14%
Banco Senff3,81%56,66%
Banco Genial4,27%65,25%
Instituição que cobra as taxas mais carasJuros rotativos mensaisJuros rotativos anuais
Banco Pan20,19%808,79%
Banco Afinz21,94%980,31%
Banco Tribanco22,04%991,80%
Crefisa22,07%994,49%
Omni Financeira22,94%1.091,70%

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Como calcular os juros rotativos?

Se você atrasou o pagamento de sua fatura ou só pagou o valor mínimo, saiba que é possível calcular a taxa de juros rotativos que será cobrada. Para isso, você deve seguir estes passos:

  1. Consulte sua fatura ou contrato do cartão;
  2. Descubra qual é o valor mínimo permitido pela operadora;
  3. Informe-se sobre a taxa de juros cobrada pela instituição financeira;
  4. Subtraia o valor mínimo pago do total da fatura. O resultado será o valor sobre o qual o rotativo será calculado para a próxima fatura;
  5. Multiplique esse valor pela porcentagem referente à taxa de juros;
  6. Adicione o valor de iOF mensal e diário;
  7. Some todos esses valores e descubra o valor total que terá que ser pago no próximo mês.

Parcelamento do crédito rotativo

De acordo com o Conselho Monetário Nacional (CMN), o crédito rotativo só pode ser usado até o vencimento da próxima fatura. Se o cliente não conseguir pagar essa segunda fatura, o banco deve oferecer opções de parcelamento com taxas mais baixas do que as do rotativo.

Parcelar a fatura é fazer um acordo com a emissora do cartão, informando que não será possível quitar o débito atual até a data de vencimento atual, mas que o acerto será feito nas próximas faturas.

Existem algumas regras estabelecidas pelo Banco Central sobre esse tema. São elas:

  1. As taxas de juros cobradas pelo parcelamento devem ser mais baixas do que as do rotativo;
  2. O cliente e a instituição definem a data de vencimento e a quantidade de parcelas a serem pagas;
  3. O valor dessas parcelas é acrescentado às próximas faturas;
  4. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também é cobrado sobre esse parcelamento;
  5. As taxas de juros costumam variar de acordo com a quantidade de parcelas escolhida.

Também existe a possibilidade de o banco fazer um parcelamento de fatura automático após o período de uso do rotativo. Mas, é preciso ter muita atenção, pois isso precisa estar previsto em contrato.

Por que é preciso tomar cuidado com o crédito rotativo?

A inadimplência é um dos principais problemas que podem ser causados pelo crédito rotativo do cartão de crédito. Tanto o pagamento mínimo da fatura quanto o não pagamento e a falta de contratação de parcelamento da fatura podem levar a esse cenário.

Como já dissemos, as taxas de juros do crédito rotativo estão entre as mais altas do mercado. Além disso, quando o cliente não paga a fatura completa, tem a aplicação de taxa de juros e IOF sobre o saldo devedor.

Outro ponto importante é que, o valor do empréstimo rotativo e da taxa de juros é somado ao valor das compras realizadas e parceladas em sua fatura. Eventuais parcelamentos anteriores da fatura também são somados à conta.

Com isso, o valor total pode ser maior do que a capacidade de pagamento do cliente. Por esse motivo, o ideal é fazer um bom planejamento financeiro para não fazer compras com parcelas que não cabem no seu bolso e não deixar de pagar o valor total da fatura.

O rotativo deve ser usado apenas se não tiver uma alternativa. Além disso, se você não conseguir pagar o valor total da fatura até o vencimento, procure pagar o máximo possível, para que o saldo devedor não seja tão grande.

Quanto menor o saldo devedor, menos juros você terá que pagar na próxima fatura de seu cartão. Além disso, é importante saber que existem outras opções de crédito com taxas menores do que as do rotativo.

O parcelamento da fatura é uma dessas opções, já que os bancos são obrigados pelo Bacen a cobrarem uma taxa menor do que a do rotativo. Além disso, as parcelas têm valor fixo para que você possa se planejar melhor.

A opção de contratar um parcelamento de fatura também é vantajosa, pois a taxa de juros é inferior à taxa do crédito rotativo, e você saberá exatamente quanto pagará em cada mês, pois as parcelas têm valor fixo, permitindo que você se planeje melhor.

Como evitar o crédito rotativo?

Existem opções de crédito mais atrativas e tão acessíveis quanto o crédito rotativo. Com elas, mesmo que seu orçamento seja afetado, é possível reduzir os riscos de endividamento e inadimplência.

Veja as principais dicas para evitar o crédito rotativo:

  • Confira qual é a taxa de juros do crédito rotativo e das opções de parcelamento da fatura do cartão;
  • Compare todas as opções para encontrar mais vantajosa;
  • Faça um controle financeiro, gerindo gastos e ganhos. Assim, você pode organizar sua fatura de acordo com seus gastos;
  • Procure sempre pagar o valor total da fatura para não arcar com os juros do crédito rotativo;
  • Em caso de problemas financeiros, pague o máximo possível da sua fatura para que ela não fique totalmente em atraso;
  • Use o cartão de crédito de acordo com seu planejamento financeiro;
  • Priorize compras à vista no cartão de débito, por exemplo, ao invés do parcelamento.

Quais são as alternativas ao crédito rotativo?

O crédito rotativo deve ser usado somente em emergências e apenas se você tiver certeza de que conseguirá pagar o valor total da fatura do próximo mês. Mas, se isso não for possível, é importante saber que existem outras opções de crédito com condições mais favoráveis que te ajudarão a quitar sua fatura e até mesmo outras dívidas. Confira as principais:

Empréstimo pessoal

Antes de entrar no crédito rotativo, é importante verificar se é possível conseguir um empréstimo pessoal. Nesse caso, as taxas podem chegar a 20,86% ao mês (871,83% ao ano), segundo relatório do Banco Central.

Embora as taxas do empréstimo pessoal nem sempre sejam atrativas, normalmente são menores do que as do rotativo. Além disso, você pode pesquisar entre as opções disponíveis para contratar aquela que traz mais vantagens para sua realidade financeira.

Antes da contratação, é importante avaliar as taxas de juros e as condições oferecidas. Você também deve avaliar o Custo Efetivo Total (CET) do empréstimo. Só assim você saberá se as condições são realmente melhores do que no crédito rotativo e poderá fazer a contratação.

Empréstimo com garantia

As condições desse tipo de crédito costumam estar entre as melhores do mercado. Nessa modalidade, é preciso oferecer um bem como garantia. Por exemplo, um imóvel ou um veículo.

Devido à garantia de pagamento, as instituições financeiras costumam oferecer as menores taxas de juros do mercado e prazos maiores de pagamento.

Na CashMe, por exemplo, você pode solicitar um empréstimo com garantia de imóvel de até 60% do valor do seu imóvel, e pagar em até 240 meses.

Microcréditos

Apesar de as taxas de juros dessa modalidade serem altas, essa é uma forma de conseguir empréstimo de forma fácil, mesmo para quem tem score baixo ou nome sujo. Normalmente, as empresas emprestam até R$ 3.500 para quem opta por essa linha.

É possível contratar esse tipo de crédito para pagar as parcelas na conta de luz ou oferecer o celular como garantia em caso de inadimplência. Caso isso aconteça, o aparelho é bloqueado pelo credor.

Antes de contratar qualquer uma dessas opções, é essencial analisar o CET de seu empréstimo. Por meio dele, é possível conhecer todos os custos, tributos ou tarifas envolvidas na operação, além do valor final real.

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Conclusão

O crédito rotativo funciona como um empréstimo pré-aprovado que tem como objetivo evitar que a fatura do cartão de crédito não seja paga. Dessa forma, o valor que fica em aberto é somado à próxima fatura, acrescido de juros.

Porém, essa é uma armadilha: as taxas de juros do rotativo estão entre as mais caras do mercado. Por isso, mesmo em situações emergenciais, essa alternativa deve ser evitada.

Se você precisa de crédito com juros baixos e as melhores condições do mercado, conheça todas as soluções que a CashMe tem para você!

Você já conhecia o crédito rotativo? Deixe sua opinião sobre esse tipo de empréstimo nos comentários!

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