A taxa de juros tem como função realizar o reajuste nos valores de investimentos, empréstimos ou débitos. Melhor dizendo, é uma taxa percentual cobrada sobre o valor original do capital.
É bastante comum nos depararmos com essas taxas quando fazemos uma compra parcelada, usamos o cartão de crédito, pedimos um empréstimo pessoal ou mesmo um financiamento imobiliário, pois para qualquer uma dessas ações é calculado e cobrado uma taxa de juros.
A taxa é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central (BC) com o objetivo de manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Quando ela cai, o acesso ao crédito se torna mais fácil e a população passa a consumir mais produtos e serviços financeiros.
Não se sabe ao certo quando o conceito de juros foi criado, porém, podemos afirmar que ele é bastante antigo. Desde que o homem passou a notar a relação entre o dinheiro e o tempo, vinculados ao processo de acúmulo de capital e desvalorização da moeda, surgiu assim o conceito da taxa de juros.
Neste artigo, criamos um guia completo sobre todas as principais taxas de juros e seus significados, impactos para os negócios e investimentos feitos. Após sua leitura, você estará apto a conhecer todas as categorias de juros criadas para diferentes tipos de negócios. Continue a leitura até o final e confira!
O que é taxa de juros?
De maneira simples, os juros correspondem ao custo do dinheiro, enquanto a taxa é o valor cobrado do tomador do crédito por quem está concedendo os recursos.
Para quem possui recursos disponíveis e pode emprestar para quem está precisando de dinheiro, em troca é feita a adição dos juros, como forma de garantir o recebimento do valor emprestado.
Quando o devedor quita um empréstimo com os juros pagos, por exemplo, o credor recebe o valor emprestado mais a taxa de juros para compensar o risco de crédito.
Atualmente, o Banco Central do Brasil (BCB) agrupa toda a relação das principais taxas de juros, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica. Essas informações mostram como cada instituição financeira trabalha com a taxa de juros mensal e anual para aquisição de veículos, cartões de crédito, cheque especial, financiamentos, empréstimos, entre outros.
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Como os juros surgiram na história
Para alguns historiadores, os primeiros indícios de juros surgiram na Babilônia, no ano de 2.000 a.C. Naquela época, o dinheiro em espécie como conhecemos atualmente ainda não existiam, então os pagamentos eram com sementes e outros produtos. Os juros eram pagos com sementes e bens materiais existentes na época.
Após o descobrimento do metal, as primeiras moedas surgiram em Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. A partir dessa criação, surgiu a necessidade de criar os primeiros bancos para cuidar do dinheiro dos clientes, fazer empréstimos e estabelecer as primeiras taxas de juros.
As instituições financeiras são as principais responsáveis por criar diferentes taxas de juros, como uma forma de emprestar crédito ao consumidor, em troca de lucrar com os valores pagos a mais.
Taxa de juros dos bancos
As taxas de juros das instituições financeiras costumam assustar bastante os consumidores, dependendo das categorias de produtos e serviços contratados com os bancos.
Segundo Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número de famílias endividadas atingiu o maior patamar desde março de 2010.
Além disso, o mesmo estudo ainda mostra que 76,6% das famílias possuem dívidas a vencer, ou seja, já são consideradas endividadas. Um ano atrás, a proporção de inadimplentes era de 66,7%.
Das dívidas relatadas, as mais comuns são com o cheque pré-datado, ou cartão de crédito, o cheque especial, o carnê de loja, o crédito consignado, o empréstimo pessoal, a prestação de carro e de casa.
Os produtos bancários atualmente são os principais ativos que facilmente podem fazer com que uma pessoa fique endividada em pouco tempo, principalmente pelas taxas de juros serem as mais altas do mercado.
Por isso, é importante anotar e comparar as taxas que os bancos disponibilizam para cada tipo de serviço que possui no mercado, visto que uma taxa de juros pode variar de uma instituição para outra.
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Por exemplo: conceder o empréstimo consignado a aposentados, servidores públicos e pensionistas costuma ter uma taxa de juros de banco menor do que outras modalidades similares. Esses valores são descontados diretamente na folha de pagamento, diminuindo, assim, os riscos de inadimplência.
Além das taxas já conhecidas — e que veremos adiante neste artigo — há outras duas operações que devem ser consideradas nos serviços financeiros: o CET e o IOF.
CET
CET é como normalmente conhecemos o Custo Efetivo Total, muitas vezes ele surge como uma porcentagem quando buscamos uma linha de crédito.
Quando você compra um ingresso para cinema, teatro ou show, pela internet é normal surgir um valor a mais cobrando pela “taxa de conveniência”. Essa taxa aparece somada ao valor final da compra, no momento de finalizá-la.
Por esse exemplo, entendemos que a taxa de conveniência é um valor cobrado pelas empresas por sua prestação de serviços ao consumidor. Da mesma forma é como funciona o CET, ou seja, o Custo Efetivo Total de um serviço financeiro.
O CET contém todos encargos tributários cobrados do consumidor. Sendo eles:
- Encargos;
- Tributos;
- Taxas;
- Despesas de um empréstimo ou financiamento.
Deste modo, a taxa de juros é apenas uma parte que constitui o valor total da negociação feita. Ao se buscar crédito, é de suma importância prestar atenção nas letras miúdas do contrato e procurar pelo CET, pois ele serve para você ter ciência de quais são os custos envolvidos na operação.
É o CET que informa para o consumidor qual será o valor total pago em um empréstimo ou financiamento. Além disso, todas as instituições que trabalham com esta modalidade de serviço financeiro devem informar quais são os custos totais. Neste caso, não é só a taxa de juros que pode influenciar na sua tomada de decisão.
Para saber qual empresa garante as melhores formas de pagamento para você, sempre faça pesquisas nas instituições bancárias usando o mesmo valor e prazo de pagamento e, no final, analise o CET e a política das empresas, afinal as tarifas podem se distinguir de uma para a outra.
IOF
Sabemos que o Brasil tem diversos impostos e que seus valores são muito altos. Os impostos possuem incidência direta em tudo que fazemos: da compra de um pão até a compra de materiais para reformar a casa.
Entre as taxas de impostos mais altas no Brasil, encontra-se o IOF, sigla para Imposto sobre Operações Financeiras. Geralmente, encontra-se esse imposto embutido em transações envolvendo crédito, câmbio e seguros. E mais: esse imposto também está presente em operações de valor imobiliário e operações como a bolsa de valores ou fundos imobiliários.
A função do IOF é regular a economia nacional, sendo uma taxa cobrada em cada operação. O percentual de IOF pode mudar a qualquer momento sem a necessidade de aprovação do Congresso Nacional, facilitando o governo a controlar as transações.
O valor do IOF incide em diversas operações. Em câmbio, ou seja, compra de moeda estrangeira, seja física ou usando cartão internacional, cai sobre 6,38% do valor. Para seguros, o valor cobrado mínimo é de cerca de 7,3%, podendo chegar até 25%.
Já as operações financeiras mais conhecidas (cartão de crédito, empréstimo e financiamento), é cobrado o percentual de 0,38% de IOF e limite de 3%.
No entanto, nem todas as operações de concessão de crédito possuem o IOF. Para pagamentos com parcelamento sem juros ou em cartões de loja esse imposto não é cobrado.
Durante o período da pandemia, o governo federal suspendeu a cobrança do IOF em todas as operações de crédito por 90 dias (abril, maio e junho de 2020). Essa medida foi adotada para diminuir os impactos gerados pela Covid-19 no bolso dos consumidores.
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Quais os principais tipos de juros?
Sabendo que a taxa de juros está no nosso dia a dia, provavelmente não há uma pessoa que não conheça esse termo. Afinal, os juros já são algo que fazem parte do nosso cotidiano.
De empréstimos a aplicações financeiras, é normal pensar em taxa de juros de forma negativa, principalmente para quem faz empréstimos ou usa cartão de crédito para compras. No entanto, existem tipos de juros que beneficiam a vida financeira das pessoas.
Conheça a seguir as principais categorias de juros que existem no mercado.
Juros compostos
Vamos começar com boas notícias. Os juros compostos são as taxas de juros mais promissoras para quem investe. Quem trabalha com estratégias de investimento para que o dinheiro renda mais, costuma pensar primeiro nos resultados financeiros que surgirão por meio dos juros compostos.
A taxa de juros compostos cresce muito mais rápido se comparada à taxa de juros simples. Atualmente, diversos bancos possuem uma carteira de investimentos em que seja possível investir, gerando mais receita para o capital investido, de modo que os juros compostos trabalhem por você fazendo com que o seu dinheiro renda mais.
Por outro lado, vemos os juros compostos atuarem também em cartas de dívidas. Essa taxa de juros é bastante comum de serem vistas nas faturas de cartões de crédito. Quando uma conta não é paga, o valor aumenta consideravelmente no mês seguinte, já com os juros de atraso de pagamentos aplicados.
Neste caso, os juros compostos atuam de uma maneira benéfica para investidores, com uma forma de remunerar diversas classes de ativos e produtos financeiros. Dado que, sua função é aumentar o patrimônio de maneira significativa.
O que pode-se compreender sobre as taxas de juros é que:
- São pagos ao credor sempre na data de vencimento;
- Crescentes no tempo em termos reais e nominais e se a taxa for maior que a inflação;
- Quando incorporados ao capital, formam uma curva de crescimento (Exemplo: 1500, 1600, 1750, etc.);
- Geralmente, ocorre nos prazos de juros dos credores;
- Quando pagos, não incorporam ao valor de capital inicial, ou seja, para de existir ganho se houver algum tipo de pagamento ao credor neste período.
Taxa de juros nominais
Se você costuma tomar empréstimos pessoais de instituições financeiras, já deve ter se deparado com as taxas de juros nominais.
Os juros nominais aparecem nos contratos de empréstimos, financiamentos e em aplicações financeiras. Correspondem a um percentual de rentabilidade obtida por intermédio de um investimento ou de juros pagos em uma dívida por determinado período.
As taxas de juros nominais geralmente não representam a rentabilidade de um investimento, visto que a inflação não é considerada.
É bem comum surgirem dúvidas sobre a taxa de juros real e a de juros nominais. A taxa de juros real está diretamente ligada ao pagamento de juros acima da inflação. Por exemplo: em um investimento com taxa de juros nominais de 5%, se a inflação do período for de 3%, o juros real é de 2%.
Os juros nominais são relacionados ao rendimento de um investimento em forma bruta no período de aplicação, por isso a sua presença é vista com frequência nos contratos de financiamentos, empréstimos e aplicações financeiras.
Juros de mora
Quem já perdeu o prazo de pagamento de uma conta e o fez em atraso, deve ter notado que na conta seguinte, além do valor do débito também veio adicionado a taxa de juros de mora, uma categoria de juros que “pune” o consumidor do atraso do pagamento de seus débitos.
Juros de mora, também conhecido como juros moratórios, é quando um consumidor efetua o pagamento de uma conta em atraso, fazendo com o que o credor realize uma cobrança a mais que compense o pagamento atrasado.
Na prática, esse valor é cobrado em forma de tarifa sobre o valor em aberto e vai aumentando com o passar do tempo até que seja quitado. Ou seja, quanto mais tempo uma conta fica em atraso e sem ser paga até o vencimento, maior será a incidência dessa taxa de juros.
Há diversas ocasiões em que os juros de mora podem ser cobrados. As mais comuns são:
- Dívidas abertas e não pagas em cartão de crédito;
- Atraso em contas de luz, água, telefone;
- Boletos de universidades e colégios particulares;
- Aluguel de imóveis.
Juros rotativo do cartão de crédito
O cartão de crédito é um dos meios de pagamento mais comuns e, por consequência, que os brasileiros mais utilizam.
De acordo com Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os consumidores estão gastando mais utilizando os cartões de crédito. Em 2021, as transações via cartões atingiram a marca de R$ 2,65 trilhões, representando um aumento de 33,1%.
Provavelmente, se você já teve uma fatura de cartão de crédito que não conseguiu efetuar o pagamento total em um mês mais “apertado”, constatou a oportunidade de pagar o mínimo da fatura, e entrar no juros rotativo, também conhecido como crédito rotativo.
O crédito rotativo é realizado mediante pagamento de qualquer quantia menor que o valor total da fatura do cartão de crédito e maior que o valor do pagamento mínimo. A diferença entre o pagamento do valor total e o que foi pago até o vencimento vira um empréstimo, sendo que a taxa de juros restante é calculada para se pagar no mês seguinte.
Juros simples
A taxa de juros simples corresponde aos juros já acordados sobre um contrato que contenha o valor inicial. Geralmente, observamos os juros simples em prática ao tomar um empréstimo pessoal.
Por exemplo: caso você tenha feito um empréstimo de R$ 2000 com uma taxa de 2% ao mês, esse percentual irá incidir sempre nesse valor e sem correção ao longo do prazo.
Atualmente, com outras categorias de juros criadas para financiamentos, empréstimos e impostos, o juro simples deixou de ser utilizado pelas instituições financeiras.
Juros reais
A taxa de juros real é o quanto o dinheiro rende. Corresponde ao retorno líquido que se obteve em uma transferência de determinada quantia de capital ou dinheiro, já considerando os efeitos de correção da inflação.
Isso quer dizer que é necessário considerar que o valor do dinheiro de hoje não terá o mesmo valor no futuro. Um exemplo prático é considerar o poder de compra de um determinado produto. Se comparado ao mesmo produto consumido há 4 anos, atualmente ele não sairá pelo mesmo preço.
A taxa de juros real permite entender quanto será cobrado da empresa ou negócio pela concessão de um empréstimo, ou de um crédito. Ele também é uma informação indispensável, pois indica a rentabilidade que um investimento oferece.
Sendo essa uma das taxas de juros mais importantes, conheça como ela vem impactando no dia a dia.
Ranking mundial na taxa de juros reais
Recentemente, foi divulgado o ranking das maiores taxas de juros reais do mundo em um compilado feito pelo MoneYou e pela Asset Management.
O Brasil ficou classificado com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, perdendo para a Rússia, que elevou a taxa nominal de juros para 20%, enquanto o Brasil está com 12,75%, com base na taxa Selic.
Já os juros nominais, ou seja, os principais juros vistos nas instituições financeiras. Atualmente, o Brasil se encontra na quarta posição com 11,75%, ficando atrás da Argentina (42,5%), Rússia (20%) e Turquia (14%). E à frente do México (6,0%), Chile (5,5%) e Índia (5,4%).
O que é a Taxa Selic e como ela impacta?
Provavelmente, você já conhece a Taxa Selic, pois temos um artigo completo sobre ela aqui no blog. Ela é a principal taxa básica de juros da economia brasileira e que, geralmente, a cada 45 dias surge nos noticiários de todo o país.
A Selic impacta diretamente a economia brasileira, influenciando as demais taxas de juros do país, como as que são cobradas em financiamentos, empréstimos e até de aplicações financeiras.
A decisão do valor da taxa Selic é determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). Em cada 45 dias, a equipe do comitê se reúne para definir se a taxa da Selic aumenta, diminui ou se mantém estável.
Por estar diretamente ligada à inflação, a taxa de juros básica flutua bastante. Quando a Selic aumenta é para frear a inflação, ou seja, diminuir o consumo dos brasileiros para conter a inflação.
Sendo assim, quando a Taxa Selic sobe o consumidor sente o impacto até de instituições financeiras, visto que os empréstimos, financiamentos e compras parceladas tem uma taxa de juros maior e que pesam no bolso. Por isso, é importante estar atento a todos os movimentos de aumento, redução e estabilidade dessa taxa.
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Conclusão
Como você pôde comprovar, as taxas de juros servem para realizar um ajuste de valores tanto para quem investe quanto para quem está em dívidas. Saber quanto de juros você recebe de um investimento ou quanto será cobrado de você futuramente é extremamente importante.
Sempre que você se deparar com diferentes tipos de taxas de juros inseridas nos contratos e não se lembrar, volte a consultar esse artigo que contém todas as principais categorias de juros, que irão ajudar você a executar um planejamento financeiro melhor e sem ficar inadimplente.
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