Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa: a história de quem sempre esteve na vanguarda do mercado imobiliário

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Meyer Joseph Nigri fundou a Tecnisa  e levou a companhia se tornar uma das maiores empresas imobiliárias do Brasil. Confira a transcrição da entrevista completa abaixo. 

Conte um pouco para nós da sua história.

Eu sou neto de judeus libaneses que vieram para o Brasil há um pouco mais de cem anos para ganhar dinheiro e voltar, mas gostaram e ficaram aqui. Meus pais já nasceram no Brasil, mas meu pai também conseguiu, com muito custo, a família era muito pobre, se formar engenheiro. A maioria dos meus valores adquiri do meu pai. Desde pequeno,  quando eu tinha 7 anos de idade, todo dia ele chegava em casa à noite e me dava problema de matemática para resolver. O lado comercial dele, eu sempre acompanhei tudo o que ele fazia, a primeira lição que eu me lembro, eu tinha 8 anos, nós fomos a uma loja comprar um par de óculos para mim. E aí ele perguntou quanto custava o óculos e o cara falou 8 mil cruzeiros. Nós saímos da loja, entramos na loja bem ao lado e perguntamos o preço de um óculos muito parecido. Era 4 mil cruzeiros. E aí meu pai perguntou por que tão caro, disse que na loja ao lado estava bem mais barato.  E eu falei "não pai, compra, aqui está muito mais barato". Saí da loja e levei uma bronca. Depois também na escola tive uma formação muito boa, sempre fui o melhor aluno de matemática na minha classe, depois mais para frente comecei a estudar física também na faculdade. Quando eu tinha 17 anos, eu ganhei na loteria esportiva, joguei com o porteiro do meu prédio e fizemos 13 pontos, ganhamos um dinheirinho. Eu guardei o dinheiro na poupança, pois naquela época eu tinha tudo o que precisava. Aos 18 anos eu entrei na faculdade, mas não precisava pagar. Então eu negociei com meu pai ele que se eu entrasse na USP, ele me dava um Puma e eu ganhei. Quando eu tinha uns 20 anos, eu queria estudar inglês na Inglaterra, mas meu pai estava super nervoso por conta de uma indústria em Suzano que tinha acabado de ficar pronta e não tava ainda acertar da massa, estava perdendo muito dinheiro. Acabamos quebrando um pau. E eu sou muito orgulhoso, acabei devolvendo tudo o que eu tinha, inclusive o carro, nunca mais peguei um centavo do meu pai. No dia seguinte, saí para dar aulas particulares de exatas. E aí quando me formei parei de dar aulas e fiquei um ano de estagiário numa construtora, em obra, e percebi que era o que eu queria. Fiquei um ano com estagiário mais um ano como engenheiro, depois saí para tocar a Tecnisa que eu já tinha aberto quando estava no quinto ano da faculdade. Meu pai achava que eu não sabia fazer nada. Quando eu estava no quinto ano, quando era estagiário na construtora, tinha um investidor tinha 10% de um dos projetos e ele quis vender. Fiz as contas e achei que era bom negócio. Consegui devolver para o meu pai todo o dinheiro, mas aí eu já abri Tecnisa porque se eu fizesse o investimento através de uma empresa, eu tinha vantagens fiscais. 

Como foi que conseguiu o primeiro terreno da empresa?

Quando eu ainda trabalhava na outra empresa, eu resolvi sair, levei um mês e meio para sair, e comecei procurar um negócio. Eu tinha meu casamento marcado para o dia 28 de junho. Os meus amigos sempre confiaram muito em mim, tanto moralmente como tecnicamente. Então eu pensei em juntar um grupo de amigos e fazer uma incorporação. Um dia eu encontro com amigo e ele me diz pra eu comprar um terreno na rua da Botelho. No dia seguinte, de manhã, toca o telefone em casa e era um corretor me oferecendo o terreno. Me interessei, falei com o dono do terreno e era muito caro, mas se eu fizesse uma permuta, ele topava. Depois de 4 meses negociando, eu assinei o contrato no dia 27 de junho e casei no dia seguinte. O único dinheiro que eu tinha era o da poupança, eu nunca tinha usado, nem sabia onde iria passar a lua de mel.  Peguei esse, negócio vendi as cotas para os meus amigos, fiz passaporte, comprei uma passagem para os Estados Unidos e passei a lua de mel lá. Passou um tempo e meu pai me fez uma proposta dele comprar um terreno e eu construir. Encontrei um terreno  e fechei negócio com o dono, e marquei dele assinar o contrato na sexta-feira à noite. Na quinta à noite fui até a casa do meu pai para pegar o cheque e para variar, quebramos um pau. Nisso acordei cedo, liguei para uns amigos e em meia hora juntei um grupo e comprei o terreno. Desse dia em diante o meu pai começou a me respeitar. 

Você foi uma das primeiras pessoas do mercado a trazer conceitos de matemática financeira.

Eu aprendi a matemática financeira quando tinha 19 anos. Meu pai ganhou um livro, Engenharia Econômica, do Gerald Hess. Eu li aquele livro umas vezes. E quando eu estava no quarto ano da faculdade, eu tive aula de gerenciamento na construção civil e a primeira aula foi justamente matemática financeira. O meu professor me chamou para ser o primeiro assistente dele, ele me convidou eu tinha 26 anos, então eu já dava aula para engenheiros formados naqueles cursos que tem lá na Polly. Naquela época, quase ninguém conhecia isso. 

Como aconteceu a sua relação com a Cyrela?

Eu estava com 24 anos. Um dia o Elie Horn me telefonou, dizendo que queria me conhecer. Nos demos super bem e ficamos muito próximos. Desde aquela época ele queria juntar as empresa, que ficássemos sócios, mas nós temos cabeças muito diferente e eu preferi não, mas nós fizemos vários negócios juntos. 

Como veio o slogan da Tecnisa?

O primeiro slogan eu passei 22 anos procurando. Um dia, um primo meu, o Mair, ele veio em uma reunião com uma sugestão. Na hora que  viaquilo, "mais construtora por metro quadrado", eu soltei um palavrão. Era isso que eu estava procurando e virou o slogan da empresa. Significa mais qualidade de construção, mais pontualidade na entrega, mais respeito com o consumidor, mais respeito com o vizinho, responsabilidade social, era uma série de coisas. 

A respeito de inovação, vocês foram uma das primeiras empresas do Brasil a começar a vender pela internet. Como foi isso?

Nós fomos a primeira empresa do Brasil, e provavelmente do mundo, a lançar um prédio pela internet. O nosso diretor de marketing da época, Rogério Santos, um dia veio com esse negócio de lançar um prédio pela internet. Não muito tanto tempo depois o Rogério saiu da empresa e aí contratamos o Romeu Busarello, e eu disse que na época precisava bombar na internet, que eu queria cuidar de responsabilidade social e queria ter um atendimento ao cliente diferenciado. Na época eu pensava em só mandar cartinha para o cliente no dia do aniversário, uma coisa bem simples. Aí ele pegou tudo e desenvolveu tudo cada vez melhor.

 Como você conseguiu gerar e criar a cultura de inovação dentro da empresa? 

Eu me lembro que fui a primeira empresa a comprar um fax, um computador. Eu sempre fui assim, gostava de inovação. A gente se envolveu um sistema construtivo que ganhamos todos os prêmios de racionalização de tudo na década de 90 e a gente começou a inovar muito nessa área. E nós abrimos as portas para quem quisesse copiar. E hoje, 99% das obras do Brasil inteiro são feitas nesse sistema que foi desenvolvido dentro da Tecnisa. Nem foi tanto meu minha mão, foi muito mais o pessoal técnico.

Como foi o IPO da empresa?

No pré IPO, um ano e meio antes, o Elie Horn foi na minha casa junto com o filho dele foi para tentar nos convencer juntar as empresas e fazer o IPO. Eu estava muito satisfeito com o que tinha. E eles fizeram, forma muito bem sucedidos e depois disso vieram outras empresas. Chegou um momento que ou eu teria que vender a empresa, ou não iria conseguir concorrer, ou iria ter que fazer o IPO também. Naquela época, os múltiplos tinham subido muito, então por aquele caminhão de dinheiro eu topei. Então preparamos empresa durante um ano e foi o melhor IPO setor. Nós crescemos demais, estendemos nossa operação para o Brasil inteiro, diversificamos o segmentos de renda - isso tudo a pedido dos bancos. Naquela época a gente entendia um pouco de mercado imobiliário, mas mercado de capitais a gente não tinha noção. Estava tudo indo super bem, quando, lançando 2 bi por ano, apareceu um distrato. Depois de 30 anos, os juízes embargadores resolveram não seguir os contratos. E aí os caras começaram a entrar na justiça e os embargadores começaram a julgar que tem que devolver tudo corrigido e virou uma avalanche. Isso nos levou a um prejuízo absurdamente grande e aí tivermos 11.000 unidades distratadas. A empresa perdeu 3 milhões de reais.

Como foi que isso afetou a sua vida?

Eu sofri muito, porque a gente não conseguia saber quando era o fim da história. Então foram 4 anos de sofrimento total. Cortamos 90% das pessoas, mudamos de escritório, enxugamos tudo.

O que você está vendo no cenário atual é parecido com que foi lá atrás a respeito de captação?

Sim, é parecido com o que foi em 2007, que teve aquela onda de IPO, só que dessa vez já tem as empresas que são abertas. O que me estranha um pouco é que você tem hoje empresas negociando abaixo do que os IPOs estão saindo atualmente. Acho que naquela época era novidade para quase todo mundo. Hoje, mesmo quem está entrando agora, já teve contato com esse mercado de capitais, com essas empresas, leu os relatórios dos analistas, aprendeu, então acho que hoje a chance de fazerem mais besteiras é menor.

Como foi a negociação do governo que você liderou?

Eu nunca gostei muito da política, sempre até me afastei, mas alguns anos atrás teve um grupo de empresas, da baixa renda, que começou a se reunir para cuidar do "Minha Casa, Minha Vida". Eram 14 empresas, eu fui a 14ª a entrar e eu mal ia nas reuniões porque a gente uma exposição no baixa renda pequena, então nem participava. Com o tempo comecei a participar um pouco e começamos a falar de outros assuntos, não só da baixa renda, aí sugeri que a gente criasse uma associação juntando todos os outros segmentos a Abraim. Durante alguns anos eu comecei a fazer o trabalho mais administrativo trabalho mais de convidar novos sócios e depois com o tempo você vê que tinha uma tensão muito grande para baixa renda e que a média-alta estava esquecida. Então comecei a fazer minha própria agenda. Depois saí da Abraim e criei um grupo de amigos de empresa só para gente cuidar desse assunto e resolvemos a questão dos distratos. Aí eu ia pensei em abrir uma nova associação e usamos o Secovi, que já tinha uma estrutura, então criamos o GEIS, que é um grupo de empresas incorporadoras do Secovi. O setor é muito pulverizado, então, poucos tinham uma participação relevante, que valesse a pena se dedicar a ir no governo. Agora, ultimamente, já tem algumas que tem uma participação relevante no mercado e começaram a se juntar e estamos fazendo um bom trabalho. Estamos sendo ouvidos. 

Como foi o processo de sucessão da Tecnisa?

O meu filho, o Joseph, primeiro é muito inteligente, também engenheiro civil formado na Polly, brilhante na matemática. A minha relação com ele sempre foi ótima, então diferente o meu pai que era muito autoritário, eu não sou tanto assim com ele. Eu sempre quis que ele tomasse as rédeas das coisas. Foi um processo natural, já fazia tempo que eu queria também sair do dia-a-dia. O Joseph foi escolhido para ser CEO, mas não é porque é meu filho, porque nós fizemos um assessment, eu contratei uma empresa que fez um trabalho entre nosso diretor, entre tudo, e como resultado deu que ele teria melhor condição de ser CEO.

Quais as projeções que você tem sobre o mercado residencial? O que está vendo do mercado como um todo?

Eu acho que o mercado está indo bem, está começando a melhorar muito rápido e eu acho que ele vai continuar muito bom por muitos anos. Agora a Caixa tem o plano IPCA, que inclusive ajuda muito na sugestão para o governo, e com isso acho que abre um leque para que a primeira prestação do imóvel caia bastante, abrindo assim um leque para mais famílias que não podiam comprar, poderem comprar esse imóvel. São Paulo está muito bem, o resto do Brasil ainda não está tão bem, mas eu acho que com o tempo todos eles vão começar a melhorar bastante. Eu acredito muito.

Ocorreu um crescimento nas ferramentas de buscas de imóveis um crescimento de mais de 12% comparado com o ano passado. Esse aumento já está sr refletindo?

Sim, as vendas tem aumentado violentamente.Tudo que está crescendo está vendendo, não só o nosso, mas a concorrência também. O preço ainda não subiu, as vendas estão boas, mas os preços não subiram, mas eu acho que é uma tendência subir porque custo de obra está começando subir já também e tem muita procura de terreno. Quase todo mundo voltou para construções em São Paulo, então São Paulo vai ter uma concorrência muito grande.

Como foi a sua ideia da parte de financiamento com IPCA?

Fazia mais de cinco anos que eu venho tentando mostrar para o governo que eles deveriam criar um plano em IPCA. Quando chegou em dezembro de 2018, um pouco antes a posse do governo Bolsonaro, eu fui lá para o rio almoçar com o ministro Paulo Guedes e mostrei para ele o plano. Ele disse para eu ir atrás do Pedro Guimarães. Fui lá falar com o Pedro, então em janeiro 2018 almocei com o Pedro aqui em São Paulo e mostrei o plano. Gostou, mas também estava entrando na Caixa e as coisas não estavam andando ainda. Em mais ou menos acho que maio de 2019 o presidente Bolsonaro iria estar em Dallas, então fui lá. E eu sabia que o ministro Paulo Guedes estaria lá e que o Pedro Guimarães da Caixa também. Então eu levei minha pastinha e tomei um café com o presidente e o Pedro. Aí o Pedro pediu a pasta e no dia seguinte mandou uma mensagem falando que comprou a ideia de IPCA. Aí foi para Brasília, detalhamos um pouco mais e usaram todo o nosso material para os estudos deles. Fomos falar com o Banco Central também, adoraram a ideia e já tinham isso mesmo na cabeça. Em dois dias o Banco Central aprovou, levou no Conselho Monetário, aprovaram também na primeira reunião e começou a implantar. Já está dando 20 vezes a procura do que achavam que iria dar. 

Quais são seus hábitos, hobbies, inspirações?

Eu gosto muito de esportes. Só que do meus 20 aos 30, eu abandonei os esportes, o que foi um erro. Com 31 anos fui fazer um check-up e meu resultado deu péssimo. E aí voltei fazer esporte de novo. Eu jogo tênis regularmente, e gosto um pouco de tudo, um pouco de corrida, um pouco de caminhada, hoje faço TRX também que é uma ginástica bem interessante. No lazer, eu gosto muito de vinhos, eu sou presidente e fundador de uma Confraria de Vinhos há 21 anos. Eu sou um adepto do jogo, eu jogo muito poker, xadrez e gamão.

Quais são os princípios que mais valoriza?

Honestidade é a coisa mais importante na minha vida. A segunda coisa mais importante é justiça. Não adianta nada, você pode ter tudo conseguiu, se você não conseguiu por meios lícitos, não valeu nada. Eu me lembro histórias de eu com 8 anos, o cara errando no troco, eu devolvendo troco errado. Eu também sempre trato as pessoas com educação, eu sempre fui um cara exigente, eu sou chato no trabalho, mas eu sou educado. Um chato previsível.

O que você teve que desapegar na história de de mercado, no seu ciclo?

A principal foi passar a bola meu filho, para ele ser o CEO. Mas adoraria que fosse antes. Eu nunca fui apegado nisso.

Qual é a dica para fazer um bom plano de planejamento em relação à cidade?

A dica é o seguinte:o Zé Paim de Andrade, do grupo GEIS, fez um estudo maravilhoso mostrando o que deu errado nessa cidade. Na análise mostra que deixaram de adensar o centro da cidade e o adensamento acabou ocorrendo na periferia e totalmente desorganizado. Hoje, o morador para vir trabalhar no centro gasta em média 1h 20 min para ir e  1h 20 min para voltar. E pior que isso: ele está vivendo 15 anos a menos do que quem está morando no centro. A hora que você verticaliza isso, o povo pode morar aqui e trabalhar perto de onde mora. A melhor coisa que a gente pode fazer por essa cidade e para quase todas as cidades do Brasil é adensar um pouco mais.

Em que momento da sua carreira você se sentiu realizado?

Com 27 anos de idade eu me considerava um cara realizado na vida. Primeiro eu estava casado com a mulher que eu queria, eu já tinha um casal de filhos, depois estava realizado financeiramente e profissionalmente. Com 27 anos eu já tinha cinco prédios prontos e cinco prédios em construção.  Até os 30 anos eu tava feliz da vida. Aos 30 anos me deu uma crise existencial. E aí me deu uma dúvida que eu queria realmente fazer na vida. E aí pesquisei, fui fazer terapia, parei de trabalhar um pouco, fui fazer tudo o que eu não tinha feito minha vida inteira, que eu só estudei e trabalhei. E tentei procurar alguma coisa que fosse assim tão excitante quanto a Tecnisa. Eu nunca descobri uma coisa que eu adorasse tanto.

Para o jovem que está começando hoje, qual a sua dica?

A primeira coisa é ter uma boa formação acadêmica. Faça uma boa faculdade e estudem, porque a bagagem academia ajuda, principalmente na área de business. Depois, se trabalhar, primeiro vai aprender com o dinheiro dos outros, nunca começa com o seu dinheiro. Vai fazer um estágio, vai trabalhar como executivo em alguma empresa e aprenda. E tentar andar com pessoas do meio e conversar e fazer cursos, inclusive para complementar a formação acadêmica.

Como anda a sua espiritualidade?

Eu sou um religioso de pouca fé. Eu sigo muito a minha religião judaica pela tradição. Eu tenho dificuldade de aceitar algumas coisas, mas eu acho que é muito importante manter a tradição. E mais importante para mim é saber o que isso representa, o significado que tem por trás de tudo que está lá. Então acho que a gente que tem que fazer o bem, sou um cara que eu gosto muito de ajudar, mas nunca fiz o bem pensando retorno. Na pessoa física eu faço muitas doações e na Tecnisa eu optei por não ter salário, nunca tive um salário. Ao invés de receber um salário, eu escolhi pegar um percentual do lucro da empresa e doar. E hoje a gente tem uma verba que a gente doa para instituições que a gente acredita que fazem trabalhos bons.

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