Tiago Alves: o torneiro mecânico que se tornou o CEO da inovadora Regus

Construcast
Listen to "#16: Tiago Alves, CEO da Regus, abre a 2ª temporada e conta como há 25 anos eles criam espaços compartilhados" on Spreaker.

Tiago Alves, CEO da Regus, é o entrevistado do Construcast dessa semana. Confira a transcrição da entrevista completa abaixo.

Conta um pouquinho do começo da sua carreira.

Contando um pouco da minha história, na verdade, o Thiago veio para São Paulo com 10 anos, veio de uma cidade pequena de Minas Gerais, que tinha cinco mil habitantes. E aí o meu pai sempre trabalhou em São Paulo, nós vivíamos lá e ele trouxe a gente para morar aqui em 1991. E os 14 anos eu passei no colégio técnico público, que era Liceu de Artes e Ofícios. Comecei a estudar técnica em mecânica e, consequentemente, arrumei um estágio no próprio Liceu como torneiro mecânico. Ali eu estudei 4 anos. E meu pai chegou um dia e falou assim para mim "olha, parabéns, fez 14 anos, mas está na hora de você arrumar um estágio". Aí eu fui trabalhar numa oficina mecânica, que era na rua na minha casa, fazer manutenção de carro, instalando insulfilm, fazendo polimento, o que vocês imaginarem em uma pequena oficina. Fiquei quase um ano nessa oficina. Só que eu sempre fui muito bom com informática, sempre foi muito bom com tecnologia, gosto de tecnologia. Então, continuei estudando mecânica, mas arrumei um estágio em um provedor de internet, em 1996. Acabei me matriculando no Senai, passei para fazer eletrônica. Quando eu formei nesses dois colégios técnicos, eu busquei faculdade e acabei passando na faculdade pública para engenharia mecânica. E eu, ao mesmo tempo, saí do provedor de internet e fui trabalhar na minha primeira escola, que foi o grupo Semco. Era um grupo de empresas e eu tive a oportunidade de passar por quase todas as empresas do grupo. Quando chegou 2001, a Semco, em uma das joint-ventures, que era a Cushman & Wakefield, tinha uma vaga para supervisor de segurança e fui para essa vaga para trabalhar com supervisor de segurança à noite, ainda fazia faculdade de manhã, e trabalhei quase 2 anos à noite. Depois eu acabei migrando para supervisor da BMS e lá eu fiquei até 2002. Essa foi minha escola na parte mais técnica, de operação, então eu me envolvia com a recepção, com a segurança e com a manutenção também. Naquela época, o Ricardo estava montando uma empresa para fazer a primeira empresa de manutenção integrada de bancos do Brasil. E eu fui, fui o funcionário n 3 da empresa que chamava Semco Manutenção Volante. E eu saí de lá em 2007, quando o Ricardo decidiu vender aquela unidade de negócios para um grupo dinamarquês chamada ISS. E aí eu assumi essa agência no Brasil pela ISS, fiquei um ano aqui. Em 2010, eu assumo as contas corporativas para a América Latina, Portugal e Espanha.  

O que faz você ir ascendendo com base na sua personalidade e comportamento?

Eu sou extremamente hand zone, então e sempre gostei de pôr a mão na massa e fazer. Essa foi a escola da Semco, de não ter organograma, de saber fazer de tudo, aceitar os desafios. E aí, quando eu assumi contas corporativas foi muito bom para a minha carreira e para o meu desenvolvimento. Fico na na ISS até final de 2011. Começo de 2012, eu recebo uma proposta para vir para Johnson Controls. Ela estava precisando de um manager director  para a América Latina, para toda área de real state e serviço. Fico na Johnson Controls 3 anos, aliás, é uma empresa super bacana. E aí em 2013, a gente começou a pensar em por que não vender isso? E aí a gente começou a fazer essa venda para o mercado. E essa empresa acabou sendo vendida em 2015 para a CBRE. A gente era cliente da Regus da América Latina. Toda vez que eu precisava expandir rapidamente, colocava escritórios com a Regus e buscava esses escritórios na Colômbia, Chile, Peru e até no próprio Brasil. E eu precisava resolver alguns assuntos comerciais e comecei a procurar um executivo aqui para escalar o problema. E, naquela época, comecei a procurar no próprio Linkedin o COO e não achei ninguém no Brasil. E aí achei no Linkedin o fundador da empresa, Mark Dixon, e eu já tinha estado uma vez numa palestra dele lá na Espanha. E eu adicionei ele e falei "olha, tô precisando resolver alguns temas comerciais com a Regus e não tô conseguindo encontrar ninguém, em pleno 2015. Ou o pessoal está se escondendo de rede social, o que não é bom, ou você tá precisando de alguém. Se estiver precisando de alguém, me avisa". No outro dia recebi uma ligação da Global HR. Quatro meses depois eu estava na Regus como COO da América Latina e COO Brasil. 

A Regus fica onde?

A sede da Regus global é na Suíça, a empresa é listada na bolsa de Londres e aqui, na América Latina, a sede era em Miami. Mas eu vim para o Brasil e eu lembro que, até foi uma decisão muito engraçada porque na época que eu estava negociando com a Regus para vir, falaram que o headquarter ficava todo em Miami, então a posição era para Miami. E eu fiz uma pergunta durante meu processo, eu passei por 16 entrevistas na Regus, e para o próprio dono da empresa eu perguntei por que Miami. Era uma questão muito americanizada. Mas no nosso caso, o nosso business é gente, tem que estar próximo das pessoas. 

A companhia é listada na bolsa de valores e vale quanto?

Hoje tem um market cap de 4 bilhões de pounds, que é, mais o menos, 5 bilhões de dólares. A verdade é que nós somos a única empresa desse segmento lista em uma bolsa de qualquer país. Então, a gente não tem parâmetros de medição nesse sentido. Acho que durante muito tempo a Regus pagava um preço, digamos assim, de ser a única. Hoje, uma boa notícia é que o mercado tem mais players, a notícia de que o mercado é todo conhecido.

A Regus tem em 2.600 localizações, 106 países, 4 milhões de metros quadrados e no Brasil está em 14 cidades e tem 33 escritórios só em São Paulo. É isso mesmo?

Esses são os números só de uma das nossas marcas, que é a Regus. Pouca gente sabe, mas a Regus é marca. A a gente é um grupo chama IWG, International Workplace Group. A gente opera diversas marcas no mundo. A Regus tem esse tamanho, mas o grupo como um todo hoje tem 3.500 unidades no mundo. É maior ainda, porque aí entra as outras marcas. São 126 países em que a gente opera, tem empresa hoje que tem 12 mil funcionários no mundo e está listada na bolsa desde 2001, então já há 19 anos. Uma coisa muito interessante é que a empresa fez sua expansão nas Américas começando pelo Brasil. Então, em 1995 o Brasil recebe a primeira Regus das Américas, um WTC, está lá até hoje. Esse era o viés da Regus no começo, era escritórios flexíveis. 

O que é coworking?

Coworking, eu gosto de posicionar, até para o público saber, é o seguinte: existe um mundo de escritórios flexíveis, e dentro desse mundo existe um produto que é o coworking. São mesas compartilhadas onde você senta onde tiver disponibilidade, onde a grande maioria das empresas trabalha utilizando-se de tecnologia, por exemplo o wi-fi, onde existe o compartilhamento de informações, onde você não tem aquela questão  de privacidade e tudo mais. O que é um escritório flexível? São escritórios que tem flexibilidade perante o tradicional. Você pode alocar pelo prazo que quiser, o tamanho que você quiser, sem necessidade de investir, sem necessidade de dar garantias locatícias como você tem na lei. Então ele trás essa questão de prazo flexível e de tamanho flexível, para o negócio poder começar pequeno e ir crescendo.

Como é que você trabalha isso, essa questão, vamos falar aqui de São Paulo, da localização, de querer estar presente nos prédios para aparecer oportunidade para quem quer expandir?

Houve um época em que a gente queria estar nos melhores prédios. Hoje não, hoje eu quero estar perto dos melhores prédios. Eu tenho que estar em locais que sejam de fácil acesso, que as pessoas queiram trabalhar, que tenham boas amenidades no prédio, que tenham restaurante próximo e etecetera e tal, e que tenha bons ocupantes. Então, o que eu levo em conta quando vou abrir uma unidade: localização, facilidade de acesso, os outros ocupantes do prédio. 

Tem um prazo médio que a empresa fica?

Tem. Em média, uma empresa fica nos nossos espaços por 12 meses. Tem as que ficam 10 anos, 20 anos, e tem aqueles que ficam 1 dia. 

Foi muito comum, há uns 4 anos atrás, todo mundo ir para prédios melhores e pagar mais barato. Só que tinha a renovatória. Aconteceu isso com vocês? A renovatória recuperou?

Aconteceu. É engraçado, em 2020 eu estou pegando o rebote daqueles clientes de 2016, 2017, que muitas vezes cotaram com o mercado, cotaram com a gente e falaram que conseguiram uma super oportunidade nesse prédio que é novinho, recém-entregue e está custando 80 reais o metro. O grande problema é que ele pode até fazer um bom acordo com o proprietário, mas ele tem que tomar a decisão naquele momento, em 2014, de como vai ser o futuro dele nos próximos três anos. Então, no Brasil é um alto custo tomar uma decisão imobiliária errada. Então, algumas empresas começaram olhar para esse mercado de maneira mais inteligente. Em conjunto, você teve um crescimento do mercado de coworking muito forte. 

Uma empresa com muitos funcionários tem que fazer conta para ver se vai para um coworking ou não. Agora, uma empresa com poucos funcionários, a conta é imbatível. Qual que é a mágica?

É o seguinte: até 30 funcionários coworking é em torno de 30% mais barato; até 50 funcionários coworking é em torno de 15% mais barato. Passou de de 50 funcionários tem que ser levado em conta os outros benefícios, por exemplo, se eu tenho capital para investir no meu escritório próprio. Agora, o brasileiro, infelizmente, não sabe fazer conta. O pessoal, geralmente, compara coworking entre custo de aluguel e condomínio. Então, não é condomínio e aluguel, você tem que colocar 16 contas da equação. Na hora que você coloca todas as contas no lápis, aí é o momento em que você faz o case. Se eu sou uma grande empresa hoje, eu prefiro colocar cápex no imobilizado do escritório ou prefiro colocar no meu produto que vou vender? Startup é 90% coworking, inclusive elas nascem no coworking.

Quando a gente chega na Regus,  vemos um ambiente muito formal, muito careta. E quando você vai em outros outros escritórios das empresas de tecnologia ou da concorrência, vê uma arquitetura bacana, um incentivo diferente. Isso é por que os clientes são diferentes?

Sim. O que acontece é que o produto vem evoluindo ao longo dos anos. Hoje as Regus mais modernas elas tem um lound bacana, uma área de convivência bacana, entrega um pouco da experiência compartilhada, mas eu posiciono marcas de acordo com o prédio, de acordo com o perfil dos clientes que quero  naquela unidade. Por exemplo, a gente tem hoje 12 marcas ativas no mundo, das quais 3 estão operacionais no Brasil. Uma delas é a Regus, carro-chefe, tenho em 66 localidades no Brasil. Estamos em 14 cidades. Então, depende do que o cliente busca. O Spaces é a nossa marca colaborativa que entrega toda essa questão ambiental, verde, arquitetura e designer mais modernos e colaborativos. Na Regus eu entrego uma experiência corporativa, onde tem sim eventos de networking, mas é muito mais focadas na sua individualidade. E uma terceira marca nossa é a HQ, que seria uma marca mais funcional, low budget, que é para prédios B, onde a gente entrega uma experiência funcional do mercado de coworking. Eu tenho que levar em consideração o que o prédio tem na hora que eu defino qual marca colocar. A gente tem algumas marcas lá fora, a número 18 é uma marca super bacana que é o que há de melhor em espaços de trabalho. Não é muito a realidade de brasileiros porque o brasileiro ainda olha custo. Por isso que eu preferi, nesses 5 anos que estou à frente da Regus no Brasil e que a gente duplicou de tamanho, dar muito mais um foco em HQ, Space e Regus mas garantir que temos um bom produto.

Tem muita gente que fala que vai trabalhar no coworking porque vai ter mais empresas com afinidades e, de repente, pode gerar negócio. Isso é verdade?

Isso é verdade, apesar que o networking é um relacionamento interpessoal que vai de pessoa a pessoa, não dá para forçar networking. Mas você pode estimular através de eventos, talks e trazendo o conteúdo. Só que a gente vai até onde o cliente se sinta confortável. Eu acho que isso é o que mais diferencia a Regus no mercado. Tem muitas empresas que oferecem o networking com produto. O networking é consequência do produto. Agora, coworking é moda? Não. É uma das vertentes do futuro do mercado imobiliário. O que acontece, dizem que o coworking irromper o mercado imobiliário, não, é ao contrário, a gente está ajudando o mercado imobiliário a se reinventar e somos um grande ocupante. Os fundos e os principais proprietários que olham o coworking como aliado, eles tem a ganhar, não a perder. 

O que vem antes, você procura o prédio ou o pessoal te procura? Você tem uma equipe de mapeamento imobiliário?

Antes eu procurava, hoje todos me procuram.Temos uma equipe e ela busca impactar todos os anos. Nos últimos anos, eu nunca recebi tanto inbox nas mídias sociais, principalmente Linkedin, hoje eu tenho uma visibilidade maior, com o pessoal oferecendo prédio. Mas muita coisa já nasceu dali, eu já eu já abri muitas unidades no Brasil com indicação que vieram a partir dali.

Como funciona o negócio de modelo de expansão de vocês?

No nosso caso, a gente é âncora e âncora tem algumas exigências. Entre uma delas é que o proprietário faça os investimentos para trazer a Regus, mas em troca ele garante contato de 10 a 15 anos. Então, é uma decisão do proprietário, vou botar esse dinheiro agora e garanto o contrato de locação com uma empresa que tem 25 anos de track record no Brasil, que tem garantia no Brasil, o que é muito importante. E aí a gente foi quebrando mercado também, porque tinha um preconceito lá trás. Outra coisa que a gente gosta, a gente gosta muito quando a gerenciadora é trazida para conversa quando a gente está negociando o contrato de locação, porque não adianta eu alugar um andar num prédio que depois eu precise implementar certo conceito que se aplica o espaço compartilhado e a recepção me diz que não dá. 

Em um prédio, quantos por cento da área alocável é ideal para se ter os escritórios compartilhados?

A gente não costuma olhar quantos por cento do prédio, mas eu evito pegar mais que 60%.

Vocês estão em diversas cidades e regiões de São Paulo. Como você viu essa virada do mercado?

O que acontece é que assim, está tendo um movimento forte agora de começar a migrar escritórios corporativos para fora desses grandes eixos comerciais. Então, os CBDs, os eixos comerciais como Faria Lima, Marginal Pinheiros, Morumbi, Vila Olímpia, Paulista, a própria região de Pinheiros, Butantã, Alphaville, são regiões que todos estão, nós estamos, o mercado como um todo está. Agora a gente está começando a expansão para mercados onde a gente não tinha antes demanda. Se você olhar a densidade demográfica de São Paulo, por exemplo, vai ver onde as pessoas estão e não faz sentido nenhum esses CBDs. Mas se você ver onde as pessoas trabalham, os CBDs começam a fazer todo sentido.

CBDs quer dizer o que?

CBD é um distrito de negócios, que a gente chama de Comercial Business District. É muito utilizado no mercado imobiliário para definir grandes eixos comerciais. Mas pense o seguinte: o que eu quero ser, a solução para as pessoas trabalhem ou eu quero ser uma solução para que as pessoas trabalhem perto de casa? E o meu foco agora nessa próxima década é legar a Regus do Brasil a ter 500 unidades. Dessas 500 unidades, vamos focar muito em cidade secundárias, então, por exemplo, eu quero estar em Osasco, Cotia, Guarulhos, São José dos Campos, Rio Preto e por aí vai. Só que o modelo para essas cidades secundárias ele vai ser 30% crescimento Regus e 70% franquias, porque a gente inovou no ano passado e abriu no Brasil a primeira oportunidade de franquias do mundo da Regus. 

Que cidades que já tem  Regus e pode ter franquia?

Nesse primeiro momento, a gente não está olhando para franquias nesses grandes mercados porque a expansão orgânica faz muito mais sentido. E são mercados que, por natureza, os grandes prédios são fundos e fundos não vão investir em ter uma franquia. E um bom potencial franqueado, além do proprietário, são grandes operadores de prédios como imobiliárias, pessoal que faz administração de imóveis, que tem um fit com o coworking, que agrega valor para o prédio, agrega valor para os usuários e que possa também operar. E aí, quando a gente começa a sair dos eixos principais, você encontra muito desse perfil de investidor. 

Como os escritórios estão se adaptando com a tecnologia?

Olha, tendências do futuro de tecnologia para escritórios: automação por voz, então, cada vez mais hoje a gente tem aplicativos que você controla tudo; cada vez mais smart furniture, mobília inteligente, mobília que seja multiuso; tendências de espaços nichados para os próximos anos. Por exemplo, pet friendly é uma coisa que está vindo muito forte, nossos espaços dos Spaces são todos pet friendy. E como é que fica a relação com quem não gosta de cachorro? Ele está em espaço, como o próprio nome diz, do futuro, com espírito empreendedor colaborativo, e fazer parte faz parte de um coworking, faz parte estar com novas coisas todos os dias.

O produto pega sustentabilidade?

Coworking  que não for sustentável, já está um passo para trás. Infelizmente, o usuário não sabe o quanto que ele gasta de energia. Ele acha que é a empresa que está pagando. Então, uma das coisas que a gente vai começar a trazer como tendência são KPI dashboards para usuários que mostra que hoje você trabalhou 10 horas e a energia elétrica foi tanto. Até para começar a se questionar.

Eles estão preocupados com isso, querendo ficar em prédios sustentáveis, mesmo que isso custe um pouco mais?

A nova geração que está vindo no trabalho quer sustentabilidade, quer diversidade, ela não aceita ambientes que não sejam diversos,quer essa questão de te voz ativa, , de poder falar, de poder interagir, quer conteúdo. O que era no passado de ser um diferencial você sustentável, no mercado de coworking é obrigação.

O  que você acha que nessa sua jornada você se apegou e desapegou?

Eu tive que me policiar muito para aprender a ser gestor. E gestor tem que saber ensinar. E saber ensinar foi algo que eu tive que, dentro na minha carreira e nessas empresas, desenvolver como gestor. Então, acho que eu desapeguei disso. 

Como você vê o que passou com a WeWork, que é um player importante do mercado e como está a sua visão em relação a isso?

Eu acho que o mercado de coworking como um todo, nos últimos anos, ganhou muita visibilidade e eles também foram um dos players que trouxeram essa visibilidadeSó para você ter uma ideia, hoje o mercado de coworking, a gente representa 1,8% dos imóveis em São Paulo. E 30% desses imóveis vão ser flexíveis daqui 10 anos, olha o tamanho da oportunidade.

Como é a sua rotina? O que te inspira e te motiva?

Eu sou um cara meio ligado no 380 assim, não paro nunca. Mas por exemplo, de hobbys, eu gosto de jeep. Não sei se vocês já fizeram trilhas, mas jeep é um negócio muito legal porque é adrenalina a 10 km/h e jeep quebra. E geralmente quando você quebra, você tem que arrumar. E eu sou mecânico, adoro arrumar essas coisas e vou fazendo um amigo se você está fazendo trilha de jeep. Tanto que quase todos jeepeiros que andam comigo são clientes da Regus. E eu tenho um outro hobby muito específico - eu tenho 2, um de alta velocidade e um de baixa velocidade - que é andar de moto. Então, eu tenho moto esportiva, ando em autódromo e tudo.

O que é o PROA?

O PROA é uma organização social que trás empregabilidade para jovens de baixa renda da escola pública. Então, ela pega os melhores alunos das piores escolas, ele tem que ter uma renda familiar de no máximo 3 salários mínimos. Esse jovem é treinado por 6 meses no PROA, aula o dia inteiro, um treinamento intensivo em empregabilidade. Os apoiadores do PROA vão lá, fazem entrevista, simulam currículo, fazem aula para eles. Passado esses 6 meses, ele vai para o mercado. E há 2 anos eu consegui trazer o PROA  para dentro da Regus. 

Para o jovem que está começando hoje, que conselho você dá? 

O meu conselho é trabalhar. Arrumem qualquer estágio, não se preocupe com formação. Acho que o maior defeito que o sistema educacional do Brasil tem é você ter que escolher uma carreira antes de ter experiências. Você tem que escolher sua faculdade sem saber o que você vai ser. A não ser que seja vocação, mas é muito difícil escolher a carreira. E aí tem muita gente que eu vejo perdido, que faz 2, 3 faculdade e não se encontrou ainda. E a melhor forma de saber no que você é bom, é começar a trabalhar. Oportunidade tem para quem tem boa vontade. Todo mundo já quer tem o emprego, mas ninguém quer ter o estágio. 

Separamos para você mais esses episódios:

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

SIMULE AGORA